Monstera é a palavra em latim para “monstruosa”, nome dado a estas plantas lindas que podem crescer muito e ganham raízes longas e trepadeiras.
Passei anos tentando ter uma em minha casa e apesar de me considerar uma pessoa até hábil para cuidar de plantas, minhas monsteras nunca duravam muito tempo.
Uma frustração.
Mas com uma delas foi diferente. Plantada num kokedama foi aos poucos perdendo toda a sua vida. Me culpei várias vezes por talvez estar dando água a mais ou a menos, de não observar se era preciso adubo… enfim, as raízes pareciam sempre fracas e nunca cresciam. As folhas não chegavam a ter uma forma bonita e poderosa como é típico da monstera.
Resolvi que dessa eu não iria desistir. E aqui talvez comece a razão pela qual eu decidi escrever este texto.
Eu não desisti.
Mas pela primeira vez depois de umas três tentativas, eu estava disposta a aceitar qualquer que fosse o resultado da minha ação. Muito importante foi ter estabelecido quase um ritual de perseverança que envolveu paciência, dedicação e consistência.
Talvez o fato de termos ficado em casa muito mais tempo que o habitual tenha contribuído com a forma como eu comecei a viver a minha casa.
Mas voltando à monstera, cortei todas as folhas, todas mesmo. E não foi fácil fazer isso. Fiz com carinho e até coloqueio gotinhas de óleo essencial de tea tree para facilitar na cicatrização. Foi instintivo. Até hoje não sei qual foi de fato o benefício do óleo essencial. Mas eu arrisquei.
O kokedama ficou apenas com algumas pontas pra fora. E assim permaneceu meses a fio.
Não sei dizer na verdade o que me fez pensar nisso, mas algo em mim acreditava que ainda havia vida dentro daquela bola de terra envolta em fibra de côco.
E os meses se passaram…
O inverno acabou.
E de um dia para o outro uma minúscula folha nasceu de um dos ramos que eu tinha cortado drasticamente. E ela era perfeita. Na cor, na forma, na firmeza. Linda! Era uma “mini monsterinha”. Apenas uma folhinha.
Ganhei força na minha convicção e achei mesmo que ela poderia voltar a ser linda e fazer jus à família a qual pertence.
E foi o que aconteceu. Depois de longos meses com um inverno pelo meio, ela cresceu e continua crescendo linda, saudável e aparentemente adaptada ao corte que fiz nela.
Como eu sempre digo, a Natureza está repleta de lições importantes para a gente observar e aprender. E esta foi só mais uma.
Tem vezes que a gente precisa mesmo cortar pela raíz quase, acreditar na Ordem, no Todo, ou como você quiser chamar essa realidade que permeia todos nós e que de uma maneira que a gente nunca vai saber bem, vai organizando as coisas.
Não é fácil. Eu bem sei. E acredito em você se você me disser que acha que isso não é possível. Mas dá uma chance.
Cabe a nós não desistir, saber cortar, observar, perseverar e principalmente estar abertas e abertos a todo e qualquer resultado que daí surgir. Não é uma questão de não criar expectativas, não é isso, não gosto desta expressão, mas sim de ter a coragem e o coração aberto para receber o que estiver pra vir no nosso caminho que será SEMPRE produto da nossa ação. É responsabilizarmo-nos pelas escolhas que fazemos e trabalhar diariamente para ter a clareza necessária para fazer boas escolhas.
Achei que tinha que compartilhar com quem tiver a paciência de vir aqui a história da minha monstera deliciosa que hoje vive na varanda da minha casa e torna a paisagem da janela do quarto ainda mais linda de se ver.
Fica à vontade para tirar a lição que você quiser deste texto, ou para apenas conhecer a história da minha monstera deliciosa, popularmente conhecida por Costela de Adão, Abacaxi do Reino, Banana do Mato entre outros nomes.
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