#6 feito ou perfeito não feito.
Começo este texto acrescentando mais uma parte ao título deste artigo: Feito é melhor que perfeito não feito, mas o feito não tem que ser mal feito.
Bem… eu sou libriana. E não entendo de signos, embora goste de os citar dando a impressão de que sei que do que falo e na verdade eu gostaria muito de entender. No entanto, há algo curioso que se passa todas as vezes que digo que nasci sob o signo de Libra, que é: “ah… por isso que você gosta de tudo bonito, organizado, cheiroso, harmonioso”… e por aí vai.” Acho interessante essa analogia.
Não saberei dizer se a origem é exatamente essa, o fato é que eu gosto mesmo de ambientes organizados, bonitos, aconchegantes, cores bem combinadas, perfumes cheirosos, alguma simetria ou a falta dela mas assumida e inequívoca, gosto de coisas autênticas e com personalidade, adoro o que é novo e fresco e etc. Um caderno por estrear representa pra mim infinitas possibilidades de criar, de organizar, planejar, sentir, registrar.
Agora que eu já lhe apresentei parte do maravilhoso mundo das librianas como eu, porque claro, haverá outras librianas diferentes de mim e nem tudo é maravilhoso em ser-se o que quer que seja, eu lhe digo que ser assim nem sempre é leve. Ao mesmo tempo que o caderno em branco é um mundo de possibilidades, a vontade de fazer sempre bem, bonito e harmonioso, pode nos travar.
É um exercício de liberdade aceitar que nem tudo vai poder ser previsto quando começamos um projeto do zero. Arriscar, colocar no papel, começar a ver a forma surgir é o que vai ajudar na definição do caminho. A frase antiga, “é caminhando que o caminho se faz” é tão verdadeira que chega a ser assustador como dá certo a gente praticar o desapego ao controle.
E quando a gente pratica esse desapego, também alivia a expectativa dando lugar a alegria de simplesmente estar em movimento, de ver nossos projetos ganhando vida e se transformando. Porque afinal a gente só pode transformar aquilo que observa.
Então, a sugestão que eu lhe dou é a mesma que falo internamente pra mim todas as vezes que abro um caderno em branco, começo a fazer um desenho, faço uma viagem à procura de fotografias ou acordo menos disposta para os desafios do dia.
Começa!
Faz.
Vai vendo.
Se arrisca.
Saiba retroceder, pausar e avançar.
Descansa.
Começa de novo.
Mas nunca deixe de tentar. O caminho SEMPRE vale a pena.